O que está por trás da obesidade?
A obesidade é o acúmulo de gordura no corpo causado quase sempre por um consumo de energia na alimentação, superior àquela usada pelo organismo para sua manutenção e realização das atividades do dia-a-dia. Ou seja: a ingestão alimentar é maior que o gasto energético correspondente.A principal causa de obesidade é a alimentação inadequada ou excessiva. Para manter o peso ideal é preciso que haja um equilíbrio entre a quantidade de calorias ingeridas e a energia gasta ao longo do dia. Quando há abundância de alimentos e baixa atividade energética, existe o acúmulo de gordura.
Existem diversos fatores que favorecem as chances de um indivíduo se tornar obeso, como:
- Sedentarismo;
- Genética ;
- Medicamentos ;
- Problemas hormonais.
Então é simples, só comer pouco ?
Sabemos que não é bem assim . Tratar a obesidade muitas vezes significa tratar as emoções, sentimentos e autoestima.
Transtornos psicológicos como a depressão e a ansiedade, por exemplo, podem levar ao aumento do consumo de alimentos calóricos e à diminuição da atividade física assim como problemas neurológicos como lesões em algumas regiões do cérebro, como o hipotálamo, também provocam o aumento da gordura corporal.
Aspectos psicológicos relacionados à obesidade.
Fatores mentais e emocionais afetam principalmente as mulheres que utilizam o comer em excesso como estratégia compensatória para situações de tristeza, depressão, ansiedade e raiva gerando incialmente alívio imediato e posteriormente sentimentos de culpa.
A maior parte dos indivíduos com transtorno de compulsão alimentar (TCA) apresenta um histórico de tentativas de fazer dieta e repetidos fracassos no que se refere a perda e manutenção do peso. É comum que esses pacientes, mas também os obesos sem o transtorno, relatem que, ao sair da dieta, se sentem como se nunca conseguissem fazer nada certo . Comer proporciona um alívio imediato, mas, assim que o indivíduo cessa esse comportamento, surge o sentimento de culpa
Quando a cirurgia bariátrica é a solução necessária?
Nos casos em que o tratamento clinico se torna ineficaz, o tratamento cirúrgico deve e precisa ser considerado. O método é conhecido popularmente como “redução no estômago”, mais vai muito mais além. Muito mais que um procedimento para emagrecer, trata-se de uma cirurgia com objetivo de melhorar a saúde de uma forma mais ampla agregando qualidade de vida.
A cirurgia bariátrica é recomendada para indivíduos obesos com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40, por exemplo, uma pessoa de 1,70 metro e 116 quilos ou pessoas que tenham IMC acima de 35, por exemplo, uma pessoa de 1,70 metro e 102 quilos que tenha doenças associadas, como diabetes, colesterol alto, hipertensão, hérnia de disco, esteatose hepática (gordura no fígado), entre outras. Alguns pacientes desistem de procurar o tratamento cirúrgico pois acreditam que nas comorbidades só estão inclusas doenças que precisam de medicação ou aquelas “mais” tradicionais como pressão alta, diabetes e colesterol elevado.
A Cirurgia bariátrica, isoladamente, resolve a obesidade ?
A obesidade, considerada epidemias na atualidade, deve afetar, até 2025, 18% dos homens e 21% das mulheres em todo o mundo e a cirurgia é um elemento coadjuvante, útil no tratamento da obesidade, e um poderoso coadjuvante no processo de mudanças de hábitos do paciente.
Embora a perda de peso seja rápida, há risco de o paciente recuperar o peso. Quem passou pela cirurgia bariátrica tem dificuldade de comer em excesso porque o estômago não consegue comportar grandes quantidades de alimentos, mas é necessário praticar exercícios e seguir um acompanhamento com a equipe de saúde.
Neste contexto amplo e subjetivo entra um profissional essencial como o Psicólogo.
Qual é o papel do psicólogo?
Todo o acompanhamento psicológico é fundamental no tratamento do paciente que se submeteu a cirurgia bariátrica. Esse apoio é o que garante o sustento emocional do paciente para que ele possa dar continuidade ao processo de mudança tão importante em sua nova vida.
Durante as fases do processo ,pré ou pós , o psicólogo atua de forma diferente, mas sempre com foco preventivo e educativo.
- Auxílio na compreensão do paciente em relação ao seu novo corpo (imagem), e na adaptação de novos e saudáveis hábitos alimentares e físicos.
- Estímulo do amor-próprio e do cuidado autocuidado, incentivando o paciente a prosseguir com o tratamento multidisciplinar e seguir todas as orientações médicas.
- Acompanhar a evolução do paciente e sua adaptação ao novo estilo de vida.
- Ajudar o paciente na retomada de seus projetos de vida.
- Auxiliar na administração do estresse diário e dos sintomas de ansiedade que ele pode promover.
A avaliação psicológica é requerida pelo Conselho Nacional de Medicina para a autorização da cirurgia, e a continuação do acompanhamento é considerada imprescindível para o bem estar e o autocuidado do paciente. Através dela os especialistas que acompanham o paciente como o nutricionista, endocrinologista, gastroenterologista, a diferenciarem “o que é fome” e “o que é vontade de comer”, por exemplo. Além disso, também avaliam a presença de transtornos como a depressão, a ansiedade e a compulsão alimentar.
É importante que o profissional avalie , se o paciente realmente entende todas as questões que envolvem o procedimento e o tratamento completo como riscos e benefícios e as consequências emocionais, sociais e físicas envolvidas além de suas responsabilidades.
Nesse período é comum surgirem desconfortos como insegurança, ansiedade e até mesmo problemas relacionados à adaptação da nova rotina alimentar do paciente. Por isso, é fundamental que haja um acompanhamento mais frequente nesse período.
Psicóloga Clínica Fundadora e Responsável Técnico da Clinica Nery Psicologia e Saúde.
Experiência em Avaliação Psicológica para cirurgias.