A RELAÇÃO ENTRE EMOÇÃO E ALIMENTAÇÃO

A relação entre emoção e alimentação.

A relação entre emoção e alimentação é um tema complexo e multifacetado. Em muitos casos, nossa alimentação é influenciada pelas nossas emoções e vice-versa. É comum recorrermos à comida como uma forma de conforto emocional, buscando alimentos que nos deem prazer e satisfação quando estamos estressados, tristes ou ansiosos. Essa ligação entre as emoções e a alimentação pode ser explicada tanto por fatores psicológicos quanto fisiológicos.

Do ponto de vista psicológico, as emoções podem desempenhar um papel importante na escolha dos alimentos que consumimos. Por exemplo, quando estamos tristes, podemos ter uma maior tendência a comer alimentos ricos em açúcar e gordura, pois eles podem ativar o sistema de recompensa do cérebro, proporcionando uma sensação temporária de prazer e bem-estar. Por outro lado, quando estamos estressados, podemos recorrer a alimentos reconfortantes, como chocolate ou sorvete, que podem nos trazer alívio imediato.

Além disso, existem fatores fisiológicos que contribuem para a relação entre emoção e alimentação. Quando estamos estressados, por exemplo, nosso corpo libera hormônios do estresse, como o cortisol, que pode aumentar o apetite e nos levar a comer mais. Da mesma forma, quando estamos ansiosos, podemos experimentar uma sensação de desconforto no estômago, o que pode nos levar a buscar alimentos para aliviar essa sensação.

No entanto, é importante ressaltar que essa relação entre emoção e alimentação nem sempre é saudável. O consumo excessivo de alimentos altamente calóricos e pouco nutritivos como forma de lidar com as emoções pode levar ao ganho de peso e a problemas de saúde a longo prazo. Por isso, é fundamental desenvolver estratégias saudáveis para lidar com as emoções, como buscar apoio emocional, praticar exercícios físicos, meditar ou procurar a ajuda de um profissional da saúde mental.

Portanto, a relação entre emoção e alimentação é complexa e influenciada por diversos fatores. É importante reconhecer como as emoções podem afetar nossos hábitos alimentares e buscar alternativas saudáveis para lidar com elas, como o autocuidado e a busca de atividades prazerosas que não envolvam a comida como válvula de escape.

Estudos Científicos.

A ligação entre emoção e alimentação é um tema que desperta bastante interesse na área científica. Estudos recentes têm mostrado que as emoções podem desempenhar um papel importante na escolha dos alimentos que consumimos e na regulação do nosso apetite.

Uma área de pesquisa recente tem se concentrado na relação entre emoções negativas, como estresse, ansiedade e tristeza, e o consumo de alimentos menos saudáveis, ricos em açúcar, gordura e calorias. Essas emoções podem levar a comportamentos alimentares impulsivos e a busca por alimentos reconfortantes, conhecidos como “comfort food”. Estudos têm mostrado que essa ligação pode ser explicada pela atuação de hormônios de estresse, bem como por mudanças na atividade cerebral que afetam o sistema de recompensa do cérebro.

Além disso, pesquisas têm explorado como as emoções positivas, como a felicidade e a alegria, podem influenciar nossos hábitos alimentares. Descobriu-se que as pessoas tendem a fazer escolhas alimentares mais saudáveis quando estão de bom humor. Isso pode ser explicado pelo fato de que as emoções positivas estão associadas a uma maior confiança, autodisciplina e motivação para cuidar da própria saúde.

Outra abordagem interessante é o estudo da relação entre a própria sensação de prazer ao comer e as emoções. É sabido que a ingestão de alimentos saborosos libera neurotransmissores envolvidos no prazer, como a dopamina. Isso pode levar a uma associação entre o prazer de comer e as emoções positivas, criando um ciclo de recompensa que pode afetar o comportamento alimentar.

No entanto, vale ressaltar que a ligação entre emoção e alimentação pode ser complexa e variar de pessoa para pessoa. Diferentes fatores, como experiências de vida, cultura e ambiente social, também desempenham um papel na forma como as emoções influenciam nossos hábitos alimentares.

  • Emoções negativas e alimentação emocional.

Um estudo realizado por Macht e Simons (2000) examinou como as emoções negativas, como o estresse e a tristeza, podem levar ao chamado “comer emocional”. Os resultados mostraram que, em resposta a emoções negativas, as pessoas tendem a comer alimentos indulgentes e ricos em calorias como forma de aliviar o desconforto emocional.

  • Emoções positivas e preferência por alimentos saudáveis.

Uma pesquisa conduzida por Aschbacher, Lustig e Epel (2015) investigou se as emoções positivas influenciam a preferência por alimentos saudáveis. Os participantes foram expostos a diferentes estímulos positivos e, em seguida, foram convidados a escolher entre alimentos saudáveis e não saudáveis. Os resultados sugerem que emoções positivas podem levar a uma maior preferência por alimentos saudáveis.

  • Mindfulness e controle emocional na alimentação.

Estudos sobre mindfulness têm explorado como essa prática de atenção plena pode ajudar as pessoas a se tornarem mais conscientes de suas emoções e a ter um controle emocional mais eficaz relacionado à alimentação. Um estudo realizado por Alberts, Thewissen e Raes (2012) examinou os efeitos do treinamento de mindfulness na redução da alimentação emocional e no aumento da regulação emocional.

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Simone Nery- CRP 06/143779

Psicóloga Clínica Fundadora e Responsável Técnico da Clinica Nery Psicologia e Saúde.
Experiência em Avaliação Psicológica para cirurgias.

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